A divulgação recente do IDEB, índice de mede a qualidade da educação básica no país, que demonstrou uma queda em 13 estados, voltou a colocar em foco a condição em que o Ensino Médio é trabalhado do Brasil.
Para o professor Dalton Leal, presidente do Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino do Piauí, certamente o Ensino Médio brasileiro, no formato em que é trabalho, apresenta um atraso de pelo menos 50 anos. “Poderia ser ideal há cinco décadas, mas não para realidade educacional que vivemos hoje”, destaca.
Segundo lembra, essa mudança, no entanto, não deve partir dos próprios educadores, nem mesmo do Ministério da Educação (MEC), e sim do Congresso Nacional.
“Seria um risco muito grande cada um tentar imprimir seu próprio formato educacional. Como também não acredito que o MEC deva ficar implantando mudanças por conta própria através de portarias. Qualquer mudança que não passa pelo legislativo é temerária”, disse.
Formato
Trabalhar o ensino tendo como meta os vestibulares, mesmo com as mudanças efetuadas por conta do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), para o presidente do sindicato, ainda é uma das principais motivações equivocadas. “Isso tem provocado um enorme prejuízo para os estudantes, para as escolas e para o ensino superior, que recebe esses alunos sem o devido preparo para a formação e ainda mais para o mercado de trabalho”, avaliou.
O Ministro da Educação, José Henrique Paim, também reconhece a necessidade de mudanças e aponta o “ensino profissionalizante” como um dos caminhos mais interessante a seguir. Dalton Leal concorda com o ministro, mas desde que seja colocado como uma opção, e não como um caminho único dentro do Ensino Médio. “Uma coisa que precisa ser melhorada é proporcionar uma vinculação desta modalidade de ensino com o mercado de trabalho, para que esses estudantes tenham mais concretamente a possibilidade de participar de um estágio e mesmo de adquirir experiência e começar a trabalhar”, disse.
Sobrecarga?
Também faz parte desta lista de discussões de possíveis erros dentro da grande curricular do Ensino Médio uma possível sobrecarga dos alunos diante de uma quantidade excessiva de disciplinas e conteúdos apresentados durante o ano.
Para Dalton Leal, essa sobrecarga existe, mas pode ser solucionada não somente com a redução da quantidade, mas na mudança do formato em que se apresenta esse conteúdo. “Existem maneiras interessantes que não somente apresentando informações dentro de sala aula que podem tornar o ensino muito mais atrativo a esses jovens”, avalia.
Fonte: Jornal O Dia